segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Dez horas da noite de segunda-feira. Dói. Dói muito por dentro. É um sentimento que eu não sei explicar, é muito novo pra mim, eu nunca senti isso antes, na minha vida inteira. Nunca. É uma raiva misturada com tristeza, uma tristeza mais pra decepção. Daquelas que estragam seu dia mais perfeito, talvez nem cheguem a estragar, mas dói. Não sei explicar. É uma raiva que nunca teve dentro de mim, só fora. Daquelas que tremem todo o corpo e que dão uma fisgada funda no estômago, até vomitar. Talvez a vontade mesmo do meu organismo seja de vomitar todo esse sentimento que jamais me pertenceu, mas é uma ânsia que bota tudo pra fora sem que eu possa exprimir nenhuma palavra. Nada. É um arrependimento que eu jamais imaginei ter. Que dá um aperto no coração como um abraço de adeus pra sempre, não temporário, e que diz lá no fundo que é hora de nascer de novo. Nascer de um novo um novo sentimento. Talvez um novo jeito de cuidar de mim. Ou um novo jeito de se entregar, porque esse eu vi e senti com todos os meus sentidos que é um jeito que machuca, que não faz bem. Junto com isso tudo vem um sentimento que purifica um pouco o meu eu, é uma sensação que eu também não sei explicar. Vem num choro meio seco, mas que aquece um pouco. Aquece e afasta um pouco aquele sentimento ruim. Agora sim eu vejo, com um sorriso no rosto sim, que muitas e muitas vezes quando o pra sempre acaba, dói. Mas a gente nunca deixa de acreditar que ele exista. Porque no fim das contas, há sentido na ficção e muitas vezes, na realidade não. E pensando com a razão, eu prefiro a ilusão. Ou não.

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