segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Difícil descrever; de escrever. Pra começar há um bloqueio e pra desenvolver há um nó. Um obstáculo aqui dentro. Que impede de soltar e de guardar. Ação e reação. Querendo ou não, muitas vezes se dá afim de receber, mesmo que o receber seja coisa pouca, espera-se alguma reação. E não tem como se livrar. Quando ainda se tem muita coisa a esclarecer é bem difícil parar de pensar; esquecer. E isso fica vagando no pensamento de forma tal que entristece. Só se vê um lado da moeda. E quanto ao outro lado, não se faz nem idéia. Mora aqui dentro a vontade de falar o que tá engasgado, e o cansaço de tentar sempre deixar pra lá. O mais difícil é ter que aceitar o que eu nunca pude entender. E por tempo indeterminado, essa condição ainda prevalece. Prevalece uma sensação de impotência diante dos fatos. Sinto que cada ato é sempre um passo em falso, um quase-erro a ser cometido inevitavelmente. Fica-se a inventar expectativas tateando no escuro alguma possível solução. Se há luz no fim do túnel, quer dizer que ainda existe um árduo caminho a se seguir.

domingo, 11 de novembro de 2007

A história da minha vida. Sempre duas coisas extremamente opostas e eu no meio. Extremos sem meio-termo. E noites extremamente malucas. E mil maluquices na minha cabeça. Cada fase é uma fase, e essa é sempre a mais esquisita. Mas mais esquisito ainda é a maneira com a qual eu consigo atravessá-la ao longo dos anos. Quase sempre convergem num mesmo ponto: eu tentando dar o troco na mesma moeda e indo contra quase tudo que eu valorizo e prezo. Esses dias andam meio nublados pro meu entendimento das coisas. E novamente eu não consigo explicar, mas sei demonstrar o que tá aqui dentro. E aliás, força de vontade de entender não faltou, mas parece que quando um não quer, o outro apela. Quanta coisa não faz sentido nessas horas, mas nada que eu já não tenha passado antes. É uma coisa que realmente pra mim tanto faz ou tanto fez, depois que passa não muda nada. É claro que a gente sempre aprende com tudo que acontece na nossa vida, mas a partir do momento que isso passa a ser frequente, vira só mais um exercício massante de tolerância e paciência. E pelo que eu vejo todos os dias, eu sempre sou a unica que consegue alcançar o objetivo final. De toda forma, nada é por acaso. Mas é melhor prevenir do que remediar.

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Dez horas da noite de segunda-feira. Dói. Dói muito por dentro. É um sentimento que eu não sei explicar, é muito novo pra mim, eu nunca senti isso antes, na minha vida inteira. Nunca. É uma raiva misturada com tristeza, uma tristeza mais pra decepção. Daquelas que estragam seu dia mais perfeito, talvez nem cheguem a estragar, mas dói. Não sei explicar. É uma raiva que nunca teve dentro de mim, só fora. Daquelas que tremem todo o corpo e que dão uma fisgada funda no estômago, até vomitar. Talvez a vontade mesmo do meu organismo seja de vomitar todo esse sentimento que jamais me pertenceu, mas é uma ânsia que bota tudo pra fora sem que eu possa exprimir nenhuma palavra. Nada. É um arrependimento que eu jamais imaginei ter. Que dá um aperto no coração como um abraço de adeus pra sempre, não temporário, e que diz lá no fundo que é hora de nascer de novo. Nascer de um novo um novo sentimento. Talvez um novo jeito de cuidar de mim. Ou um novo jeito de se entregar, porque esse eu vi e senti com todos os meus sentidos que é um jeito que machuca, que não faz bem. Junto com isso tudo vem um sentimento que purifica um pouco o meu eu, é uma sensação que eu também não sei explicar. Vem num choro meio seco, mas que aquece um pouco. Aquece e afasta um pouco aquele sentimento ruim. Agora sim eu vejo, com um sorriso no rosto sim, que muitas e muitas vezes quando o pra sempre acaba, dói. Mas a gente nunca deixa de acreditar que ele exista. Porque no fim das contas, há sentido na ficção e muitas vezes, na realidade não. E pensando com a razão, eu prefiro a ilusão. Ou não.