segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Ultimamente tenho andado com uma sensação tão esquisita. É uma agonia, uma vontade de querer e não querer. Depois te tanto tempo, eu tive aquela sensação estranha de incerteza, de falta de alguma coisa. E essa sensação me trouxe algumas coisas que andei deixando no caminho, sem perceber. Fui deixando no caminho meus sentidos, todos eles. Deixei de lado coisas que pensei que não fosse precisar mais por conta de uma certeza que me cobriu os olhos e me anestesiou do mundo. E quando essa certeza virou uma incerteza, eu já não podia sentir mais nada, nem tristeza nem sorriso. Não sei o que, mas nesse momento, alguém em mim falou por mim, e foi de uma frieza tão grande que só agora eu me toquei, que depois de tanto tempo, eu me acomodei, acreditava que a minha vida era assim mesmo, e mais nada. Agora eu vejo o tamanho do absurdo, tamanha distância que criei de mim mesma. Durante um bom tempo, eu fui transferindo o meu eu pra outra pessoa, talvez pra que só assim eu pudesse me enxergar ali, naquele ser, mas a recíproca não era verdadeira. Acabei perdendo muito de mim, e deixei muita coisa passar. Agora, eu preciso correr atrás do prejuízo que eu causei em mim mesma. Reaprender a enxergar, escutar, sentir. E só assim voltar a ser. O bom é saber que depois de todo esse tempo, eu ainda sei exatamente o caminho que me leva a mim mesma. O caminho da entrega, da libertação. E agora, deixo-me ser.

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